quarta-feira, março 16, 2011

Eleição para presidente 1950
O governo do presidente Eurico Gaspar Dutra esta chegando ao fim e o Brasil vai para sua segunda eleição livre. Após o rotundo fracasso do futebol brasileiro na copa do mundo realizado no Brasil. Os políticos vinham para a eleição em baixa, sob a acusação de culpados pela derrota do futebol por ficar até altas horas da madrugada pegando autógrafos e sendo fotografados com os “campeões do mundo”. Seriam subsídios valiosos para as campanhas políticas. Mas deu tudo errado. Então cada qual tinha que mostrar serviço de sua área a política.








Quase dois anos depois de sua deposição Getulio Vargas quebrou o silencio. Procurado pelo repórter Murilo Antunes Alves da Radio Record, em sua fazenda em Itu, (RS) as vésperas de mais um 1.o de maio, depois de muita insistência do repórter, mandava uma mensagem aos trabalhadores do Brasil. “Que vos posso dizer senão que as leis sociais não foram revogadas, mas não estão sendo rigorosamente aplicadas ? (...) É preciso apenas viver para poder esperar. Venho trabalhadores, trazer-vos, com minha vos, a presença do ausente, porque senti em vossos corações a ausência dos presentes” .

Era mais do que certo que Getulio Vargas seria candidato a presidente da Republica na eleição de 3 de Outubro de 1950. A política começou a fervilhar mesmo foi no inicio de segundo semestre, passado as emoções do futebol.


A televisão ainda não tinha sido inaugurada. (seria em outubro daquele mesmo ano). Na radio tupi por exemplo, Manoel de Nóbrega e Aloísio Silva Araújo, faziam criticas ao governo com aquele humor satírico, muito próprio do texto de Nóbrega, no programa cadeira de barbeiro. Jornais e revistas por sua, vês mostravam as obras de seus cartunistas.


Quando se falava na volta de Getulio seus opositores se lembravam da censura a que eram submetidas textos de jornais, revista e teatro e de musicas. Tudo tinha que passar pelo DIP. (departamento de imprensa e propaganda) tinha gente que se lembrava do corte que feito a uma letra da musica de Ataulfo Alves e Wilson Batista, cujo titulo era O BONDE SÃO JANUARIO, considerada uma exaltação a malandragem. A letra desta musica dizia: QUEM TRABALHA È QUEM TEM RAZÃO, EU DIGO E NÃO TENHO, O BONDE SÃO JANUARIO CARREGA SEMPRE UM OTARIO. Segundo ficou-se sabendo, a letra teve que ser mudada para, O BONDE SÃO JANUARIO CARREGA SEMPRE UM OPERARIO.

Mas quem se vingou mesmo do Getulio, foi o compositor Nàssara, que logo depois da queda de Getulio em 1945. Compôs uma musica em que a letra dizia isto: EU ASSISTI DE CAMAROTE, O SEU FRACASSO, PALHAÇO! PALHAÇO! Tinha também os artistas palacianos, cantoras e vedetes do teatro rebolado, e para eles, Roberto Martins e Frasão, compunham a marchinha carnavalesca. E O CORDÃO DOS PUXA SACOS, CADA VEZ AUMENTA MAIS.


.........................................Grupo denominado de Queremistas, pedindo a voltaEm 15 de junho, Ademar de Barros lança a candidatura de Getulio Vargas à presidência da republica. Mas como o povo estava com sua atenção voltada para a copa do mundo de futebol, realizada aqui no Brasil, não houve muita repercussão. Mas mesmo assim, depois de um discurso inflamado, estava firmado o acordo PTB/PSP, neste acordo Ademar impunha a candidatura de Café Filho para vice-presidente, o que foi confirmado.
Aos poucos o povo ficava sabendo quais era os candidatos a presidente da republica e também de governadores, deputados e senadores. O povo já tinha perdido o medo de discutir política como no tempo da ditadura em que “espiões” levavam recados aos órgãos de repressão. Em agosto, a candidatura de Getulio Vargas era registrada no TSE (tribunal superior eleitoral) e ate as vésperas da eleição Getulio pronunciaria 65 discursos em diferentes cidades. As discussões começavam a ficar, acaloradas. Meu pai e minha mãe eram Getulistas roxos. Todos os vizinhos ali da redondeza onde eu morava (Itaim bibi) também eram Getulistas, todos trabalhadores de classe media baixa.
Somente seu Fiori o sapateiro (autônomo) da rua do porto, e que não era muito afeito à política, talvez pelo fato da mulher dele a dona Carmem, andar sempre bem vestida, o pessoal confundia ela com burguesa, portanto adeptos da UDN.
A dona Elvira a mais fanática de todos e que era chamada de “Maria vai com as outras”, uma hora dizia uma coisa, posteriormente ao contrario. Na Rua onde morávamos ela se dizia Getulista. Quando estava na igreja Santa Terezinha no meio das carolas dizia que era adepta da UDN.


................................Um bom candidato não pode se esquecer das crianças, Getulio se lembrou disso
Agora, quem era da UDN mesmo, era a família Cunha, seu Alfredo e Dona Palmira, professores do grupo escolar Aristides de Castro, considerados caixa alta em termos de salários. Seus filhos Geraldo Cunha, radio-ator das novelas da radio São Paulo, Tite seminarista que largou a batina às vésperas de ser padre, para se tornar advogado, e a Rosinha eram todos adeptos da UDN. Seu Alfredo ficava injuriado em ver o grande numero de pessoas que diziam votar em Getulio, estava ele sempre nas redondezas discutindo política, que rendo meter na cabeça dos outros a não votar em Getulio. Para ele o Brigadeiro Eduardo Gomes era o mais serio de todos e não era ladrão. É uma pena a falta de consciência política do nosso povo. Acabamos de sair de uma ditadura brava, onde não se podia falar nada. Seu Antonio marido de dona Laura dizia que com ele ninguém mexeu. É só não se meter com política que não acontece nada com a gente, dizia ele. Já meu pai dizia que Getulio foi quem tirou o trabalhador da escravidão, deu a carteira de trabalho exigiu que fossemos registrado, nos deu os sindicatos onde temos a quem recorrer quando o patrão quer nos esbulhar. Ele também deu direitos a mulher disse dona Elza. Se não fosse ele nos não votaríamos até hoje.
Mas seu Alfredo tinha seus argumentos: Para ele havia o perigo de outra ditadura, Não podemos também esquecer as maldades que foi feito por ele e sua camarilha se aproveitando da Guerra. Das torturas a quem era de origem Italiana, Japonesa e Alemã. Getulio pessoalmente participava dessas barbaridades queimando os seios das mulheres com a brasa do charuto. Sem contar com a ordem que deu a Filinto Muller em extraditar Olga Benario para se vingar de Luiz Carlos Prestes. Isso vocês não vê?
O jornalista Carlos Lacerda, colocava na primeira pagina do seu jornal Tribuna da Imprensa algumas ameaças, no dia 1 de junho de 1950. “O senhor Getulio Vargas, senador. Não deve ser candidato à presidência.” Candidato não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”. A essa altura a campanha já estava pegando fogo. Perto da minha casa na rua da ponte (hoje, rua Clodomiro Amazonas) no bairro do Itaim bibi, tinha um comitê político do PTB, com alto falante no bico do telhado de duas águas. que ficava o dia inteiro tocando a musica de campanha do Getulio. “PRESIDENTE GETULIO, ADEMAR SENADOR, E LUCAS GARCES, PRA GOVERNADOR, È PTB È PSP, OS DOIS ESTANDO JUNTOS NOS VAMOS, VENCER”. Enchia o saco ter que ouvir isso o dia inteiro. Mais à frente na esquina da rua Iaiá, (nome que se mantém até hoje) tinha um sobrado em que sua lateral foi aproveitada para fazer uma tela de cinema, onde o comitê do PTB, exibia filmes para o povão, sempre aos sábados à noite. O primeiro filme a ser apresentado foi o CONDE DE
MONTE CRISTO, como trailer.

....................................................Getulio arrastava multidões em seus comicios Era exibido filme de reportagens sobre as atividades de Getulio. Como sua estada em Natal (RN) ao lado do presidente dos estados unidos Franklin Roosevelt, assinando a escritura do terreno para a construção da base militar dos Estados Unidos.
Alem da campanha para presidente, tinha também para governador. O governador Ademar de Barros, apoiava o professor Lucas Nogueira Garcez, e era candidato a senador por São Paulo. Estando na chapa de Getulio, Garcez era tido como barbada. Porem correndo por fora, vinha Hugo Borgui, e sua candidatura crescia a olhos vistos. Borgui se dizia o legitimo representante do trabalhador, sua marchinha de campanha, era assim.
DEIXA PASSAR O TRABALHADOR, DEIXA O TRABALHADOR PASSAR, O SENHOR, O SENHOR, QUE NÃO TRABALHA, SÒ ATRAPALHA, SO ATRAPALHA. SOU MARMITEIRO E NÃO POSO ME ATRASAR, SAI DA FRENTE, SAI DA FRENTE BALTAZAR, QUE ÈSSA SOPA, VAI SE ACABAR, VAI, VAI.
Aquela conversa de Zé Marmiteiro, estava cada vês mais na boca do povo, e essa popularidade que Hugo Bhorgui vinha conseguindo, já estava incomodando Ademar. Numa Sexta feira, Garcez foi para o interior fazer um comício, de campanha, e seu avião ficou desaparecido. A falta de noticias, preocupou seu partido e Ademar tomou todas as providencias, para a localização do avião possivelmente com seus ocupantes vivos. Amanheceu o Sábado, e nada de noticias, a tensão ia ficando cada mais forte, e nas hostes do PSP, seus membros não queriam nem pensar em uma possível tragédia. Uma hipótese dessa a vitória do partido iria para o brejo. Logo depois do almoço o Nacarelli,um pintor de paredes que morava nas proximidades, ao passar em frente nossa casa, viu meu pai no portão, e foi logo falando. Seu Ângelo. acho que o Garcez se fodeu. Meu pai emendou logo a seguir. Que nada Naca, isso ai è uma armação desse vagabundo do Ademar, è pura encenação política. Ele esta vendo que seu afilhado político pode perder a eleição, inventou esse papo.
-- O senhor não gosta mesmo do Ademar, hein seu Ângelo.
--Não gosto mesmo Naca ! A única pessoa que me agrada no palácio dos Campos Elíseos, è dona Leonor. Essa sim è uma grande pessoa, tem um grande coração, ela praticamente sozinha, cuida dos sanatorinhos de Campos de Jordão. Na verdade o Ademar não merece a mulher que tem, ele só fica com ela em tempos de eleição, quando não tem, ele vai com as putas.
Lá pelas quatro horas da tarde, veio à boa noticia, o avião fora encontrado, e não havia vitimas, e a chegada de Garcez, ao aeroporto de congonhas, estava previsto para as 7 hz da noite. O aeroporto ia ficando cada vês, mais cheio de gente, a espera chegada do avião trazendo o candidato do PSP.
Alem da imprensa, estavam presentes, autoridades, civis, militares e eclesiásticas, e mais, os bicos de sempre, entre eles, alguns punguistas.
Quando o avião trazendo Garcez, desceu em congonhas, foi uma tremenda festa, gritos de vivas eram dados, fogos, beijos e abraços.
Em casa estávamos todos, ouvindo a reportagem do TICO TICO, na radio bandeirantes, quando por incrível que pareça, meu pai escutou o barulho do beijo, que a mãe do Garcez deu nele. Coisa de louco!
Na convenção da UDN realizada no teatro Coliseu foram homologadas
As candidaturas do brigadeiro Eduardo Gomes para a presidência da republica e de e Prestes Maia para governador de São Paulo.
Enquanto isso Ademar de Barros era considerado inelegível como candidato a senador, por não ter se desincompatibilizado três meses antes do dia da eleição, desrespeitando o art. 139 da constituição. O TRE, (Tribunal Regional Eleitoral) acolheu o pedido do Sr. Adauto Lúcio Cardoso que também concorria a esta vaga pela UDN. Já próximo da eleição, o Tonelli que tomava conta do comitê do PTB no Itaim, foi lá em casa pedir para meu pai deixar eu distribuir cédulas do Getulio no dia das eleições.
--Seu Ângelo. Posso pegar seu menino maior, para distribuir cédulas no dia da eleição ?
--Claro que pode Tonelli, você acha que eu ia impedir que meu filho de participar de um ato de civilidade como este! Mesmo porque ele vai distribuir as cédulas da nossa vitória. Nos últimos dias que antecediam as eleições, os candidatos queimavam seus últimos cartuchos. O jornal O Estado de São Paulo que torcia com denodo para os candidatos da UDN, publicava na véspera do pleito, em seu editorial, o seguinte: Sem, Eduardo Gomes e Prestes Maia, que podemos esperar do Brasil e de São Paulo, amanhã ?
Na convenção da UDN realizada no teatro Coliseu foram, homologadas as candidaturas do Brigadeiro Eduardo Gomes e Prestes Maia. para presidente da republica e governador de São Paulo, respectivamente.
3 de outubro, dia da eleição caiu numa Terça feira, o “Estadão” publicou, em suas paginas. “O brigadeiro cimentou sua vitória no Rio com o discurso do esplanada maiores do que nunca as possibilidades de Eduardo Gomes na capital federal. Um discurso corajoso, sincero, e humano que repercutiu profundamente no seio da massa trabalhadora. Cristiano Machado na seção livre da Folha da Manhã (hoje Folha de São Paulo) apresentou uma matéria paga, com as seguintes linhas:
QUANDO SÃO PAULO E MINAS. ESTAVAM JUNTOS, TUDO ANDOU BEM NO BRASIL. QUANDO SÃO PAULO E MINAS SE SEPARARAM, TIVEMOS ANARQUIA E A DITADURA, A DESONESTIDADE ADMINISTRATIVA E O CONFISCO DOS BENS DOS ESTRANGEIROS. COM CRISTIANO MACHADO NA PRESIDENCIA DA REPUBLICA. O BRASIL ENDIREITARÁ DE NOVO, PORQUE ELE É MINEIRO, E FOI SEMPRE AMIGO DE SÃO PAULO.
Na mesma pagina outra matéria paga, desta feita produzida pelo PTB e PSP, dizia: TRABALHADOR: VOTARAS EM QUEM TRAIU GETULIO ? ENTÃO NÃO VOTARÁ EM HUGO BORGUI. VOTARAS EM QUEM FÊZ TUA TERRA MARMITA DE AVENTURAS ? ENTÃO NÃO VOTARA EM HUGO BORGUI.
Lucas Nogueira Garcez e seu vice Erlindo Salzano, estavam confiantes.
Garcez tinha certeza da vitória, por estar na chapa encabeçada por Getulio, “Quem votar em Getulio votará automaticamente em mim , dizia.”
Hugo Borgui, achava que “esclarecido por Deus, o povo escolherá o melhor candidato” ele que tinha a esperança de vencer. Seu candidato à vice era Ataliba Nogueira, e estavam vinculados na coligação, PTN, PRT, PST.
Já Francisco Prestes Maia, dizia: “Tudo é possível que aconteça nesta eleição.” Ele acreditava que o pleito se caracterizará por inúmeras irregularidades, mas estava absolutamente certo da vitória, ele que era da coligação, UDN, PSD, PR e tinha como vice Lineu Prestes.
As pesquisas davam na capital paulista a vitória de GETULIO 52,8 %- Brigadeiro Eduardo Gomes, 27,8 % Cristiano Machado 12,3 % e João Mangabeira 7,1 %. Já no interior Getulio tinha 43,2 %- O brigadeiro 32,7-, Cristiano. 17,5 % e Mangabeira, 6,8 %.
Para governador Prestes Maia tinha a preferência dos eleitores nas pesquisas, 41,2 % - Garcez, 31,5 – Borgui, 22,6 na capital.
Já no interior, Prestes Maia tinha 36,5 – Garcez – 33,2 – Borgui 23,4.
Já Ademar de Barros, que não podia concorrer a senador como era de sua vontade, por não ter se desicompatibilizado na data determinada pela justiça, anunciava que iria processar os jornais, O Estado de São Paulo e o Diário de São Paulo, pelas torpes acusações caluniosas feitas contra ele.
Veio o dia da eleição, e lá estava eu, com meus 11 anos de idade, na rua Joaquim Floriano (Itaim bibi) em frente ao grupo escolar Aristides de Castro, com uma caixa de sapatos com barbante no pescoço, distribuindo cédulas
(A boca de urna de hoje) Eu circulava entre as, rua Arnaldo (hoje Uruçui) e rua tapera (rua hoje Bandeira Paulista) já perto das cinco horas da tarde, já por findar a votação cheguei para um senhor alto magro e careca e fui lhe dizendo.
“Senhor estou te oferecendo a chapa do Getulio,” ele olhou pra mim, com cara de cínico, tirou a dentadura de cima, e sorrindo disse: “Porque vou querer a chapa do Getulio, seu tenho a minha.” (dentadura era, chamado de chapa)
No dia seguinte as urnas foram abertas, e como era de se esperar Getulio Vargas venceu com ampla folga. 49 % dos votos foram endereçados a ele, num total de 3.840.040, 49% dos votos validos. Em segundo ficou o Brigadeiro Eduardo Gomes com 2.343.384 votos (30%)—Cristiano Machado veio a seguir com 1.697.193 votos. 22 % . A UDN ainda tentou impedir a posse de Getulio, alegando que a constituição exigia do vencedor a maioria absoluta. Apelou ao Tribunal Superior Eleitoral, mas não foi atendida. Entre as forças armadas também havia certa tensão. Os principais chefes militares, entretanto declararam que respeitariam a decisão da justiça eleitoral. Zenobio da Costa segundo Samuel Wainer , chegou a puxar a espada e declarar: “O Exercito dará posse a quem vencer”. O resultado das urnas evidenciava de maneira eloqüente a popularidade de Getulio e o sucesso de sua campanha populista. Porem ao chegar ao palácio do Catete, no dia 31 de Janeiro de 1951, ele tivera de fazer muitas dividas políticas.
Marino Pinto e Haroldo Lobo, compuseram a musica,
O RETRATO DO VELHO,uma musica saudando a volta de Getulio ao poder em 1951. Que dizia assim, no seu trecho inicial, BOTA O RETRATO DO VELHO OUTRA VEZ. BOTA NO MESMO LUGAR. EU JÀ BOTEI O MEU, E TU NÃO VAI BOTAR ? O SORRISO DO VELHINHO, FAZ A GENTE
TRABALHAR.
.........................................................1953 a campanha do Petroleo é nosso.
...................................................................................O dinheiro circulante da era Getulio

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